“O pessoal tem conversado comigo a respeito da seca e da transposição. Caso o Vale do Piancó não seja incluído no projeto da transposição a situação vai piorar. Sem essas águas o pessoal já fala em deixar as cidades e ir em busca de outros lugares para morar, ir em busca de água e de sobrevivência”, contou padre Djacy.
Para o padre, a inércia e o comodismos das autoridades com a situação que atinge o Sertão tem complicado cada dia mais a vida do povo e a tendência é de que um colapso ocorra até o ano que vem, caso não chova.
“O que vejo é uma inércia, um comodismo de nossas autoridades sobre a situação do nosso povo. Caso o Vale do Piancó recebesse as águas da transposição seria um alívio para a população. O clamor é muito grande, não houve colheita na região este ano. Se não houver inverno no ano que vem a situação vai ser desesperadora. Vai ser um colapso e um desastre total”, concluiu padre Djacy.
Crise hídrica atinge 67% dos mananciais do Estado
Dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), mostram que dos 124 mananciais monitorados, 37 estão com capacidade inferior aos 20% e 46 reservatórios estão em situação crítica, com menos de 5% de armazenamento.
Entre os mananciais em crise estão o de Acauã, no município de Itatuba, que tem capacidade para armazenar 235 milhões de metros cúbicos de água (m³), mas está com apenas 15,5%; Coremas, que fica no município de Coremas, que tem capacidade para armazenar 591 milhões de m³, mas está com 13,6%.
Também enfrentam a estiagem os mananciais de Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras, que tem capacidade para armazenar 255 milhões de m³, mas está com apenas 7,8%; o açude Epitácio Pessoa, que fica em Boqueirão e abastece Campina Grande, entre outros municípios, e tem capacidade para armazenar 411 milhões de m³, mas está com 14,8% da capacidade.
Previsão é de estiagem até o fim do ano. De acordo com Alexandre Magno, meteorologista da Aesa, o período de estiagem atual é considerado como normal e dentro da média histórica registrada. Já sobre possibilidade de chuvas para este ano no Sertão, o meteorologista disse que a previsão é apenas para dezembro.
“Estamos em um período normal de estiagem. As chuvas que tem agora são foras de estação e ocorrem em dias isolados, sem previsão. Daqui para dezembro é normal que não chova em toda a região Nordeste. Para o Sertão, são esperadas chuvas apenas na segunda quinzena de dezembro, que é quando começa o período chuvoso da região”, disse Alexandre Magno.
Portal Riacho em Foco com Portal Correio
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