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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

MERCADO DE TRABALHO FECHA PORTAS OS (AS) TRANS

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Cristiane Falcão, 43, é uma mulher trans. Ela tinha 13 anos quando decidiu que não usaria mais aquelas roupas de menino. O ambiente hostil da escola a afastou dos estudos logo após o término do ensino médio.
A transfobia lhe fechou incontáveis portas cada vez que o rosto de mulher contestava o nome masculino no currículo. Aos 23, cansada dos nãos, virou prostituta – profissão na qual atuou durante 20 anos. Assim como Cristiane, nove em cada 10 trans e travestis se prostituem no Brasil.
No país que mais mata transexuais no mundo, a falta de oportunidade que ajuda a fortalecer estigmas é só uma face do contexto de vulnerabilidade e invisibilidade nos quais estão envolvidos.
“Realizava os testes, passava e na hora da documentação diziam que a vaga estava preenchida. O último caso foi quando, num salão chique, disseram ‘a gente não quer esse tipo de pessoa aqui’. Fiquei revoltada. Foi quando fui para Europa pela primeira vez”, lembra Cristiane, que hoje trabalha na Secretaria de Direitos Humanos do Governo do Estado e faz parte do Comitê Anti-tortura da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Fazia por necessidade, mas nunca gostei de me vender. O lado financeiro era cômodo, quando eu voltava para o Brasil trazia euro, dólar, comprei meu carro, casa, joias. Mas pedia a Deus todo dia para que me desse outra forma de ganhar dinheiro, estar com minha família, ver meus sobrinhos crescerem e envelhecer com minha mãe”, conta Cristiane que, depois de duas décadas, parou de se prostituir e voltou de vez ao Brasil. “Hoje tenho meu primeiro emprego com carteira assinada e viajo o Brasil falando da minha experiência”, diz, orgulhosa.
Batalha pela inclusãoA história da universitária Maria Clara de Sena, 37, repete o roteiro de tantas outras trans: expulsa de casa pela família aos 17 anos, prostituiu-se para sobreviver, drogou-se para anestesiar-se. Hoje ela comemora a quebra do ciclo de vulnerabilidade que atinge a maioria das mulheres trans e começa a escrever seu próprio “final feliz”: além de membro do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, Maria Clara cursa serviço social e atua no Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+).
Maria Clara reclama do apoio que a sociedade dá aos pais que expulsam seus filhos de casa. “Esse conceito fundamentalista, religioso, resistente e machista que diz que não devemos ter família nos coloca à margem”, dispara a estudante, que defende uma discussão mais profunda sobre o assunto e questiona o entendimento da questão de gênero como opção. “Optei por serviço social, mas podia ter feito mecânica. Isso é opção. Estar na linha de frente de tanta vulnerabilidade não é opção. A gente precisa de uma nova leitura. As pessoas falam de travesti como marginal. Tenho qualificação e não sou avaliada por isso e sim pelo preconceito. É o limite que as pessoas determinam”, ressalta.
Diretora LGBT e professora do departamento de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciana Vieira fala em um extermínio da população trans. “Isso precisa ser considerado. Não há preservação do valor maior que é a vida, essas pessoas não são nem consideradas como humanas”, declara. A especialista também destaca a dificuldade das pessoas trans permanecerem na escola.
Em Pernambuco, segundo a Amotrans (Articulação e Movimento para Travestis e Transsexuais de Pernambuco), 80% deixam a escola antes do tempo. Para Luciana Vieira, o número não pode ser entendido como uma simples evasão escolar. “Eu diria que essas pessoas são expulsas. A transfobia é presente e duas questões importantes são desrespeitadas: o nome social e o uso do banheiro a partir da autoidentificação de gênero, mesmo tendo normas que vão garantir isso”, aponta a professora.
Luciana Vieira entende que as experiências do ambiente escolar na vida das pessoas impacta na entrada no mercado de trabalho formal. “É muito comum pessoas trans em salão de beleza ou call center e a maioria vai por falta de opção. O mundo do trabalho não as acolhe,” lamenta.
O Diario procurou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE/PE), mas não existem dados sobre pessoas trans no mercado de trabalho.
Diário Pernambuco

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