“Pelo menos até que se encerre o processo de impeachment nós não vamos reconhecer o governo (Michel) Temer. Depois pode até ter novas eleições”, disse João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Sem Terra (MST).
A avaliação do governo é que a proposta só teria alguma chance de prosperar com apoio maciço dos movimentos.
A forma como a proposta seria encaminhada também é objeto de dúvidas. Senadores petistas defendem que a própria Dilma encaminhe ainda nesta semana uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao Congresso pedindo a abreviação do atual mandato e convocação de novas eleições.
Outros defensores da proposta acham possível a apresentação de um decreto parlamentar chamando um plebiscito sobre o assunto.
Embora considerem remota a possibilidade de o projeto ser aprovado pelo Congresso, os autores da proposta argumentam que o tema poderia causar desgaste ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) logo no início de seu possível governo. Na semana passada Temer afirmou que a antecipação das eleições é um “golpe”. Petistas rebatem a declaração do vice dizendo que não é possível considerar “golpe” uma proposta que passa pelo voto popular.
Além disso, a proposta poderia servir como vetor para manter a mobilização iniciada no combate ao impeachment de Dilma.
“É óbvio que vamos ter um problema de mobilização porque ficar só contra (Temer) é difícil”, disse João Paulo Rodrigues.
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