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A M SEMENTEIRA - Mudas de hortaliças e legumes

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Cia da Construção e Madeireira.

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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Paulista Gercino Silva estou administração e conheceu diversos lugares no mundo, mas terminou sozinho nas ruas do Recife

Foto: Luiz Pessoa/ NE10
Eu nasci em São Paulo e estudei muito, fiz várias viagens: fui pro Caribe, Manaus, Porto Alegre, Foz do Iguaçu, saí do País, fui para Nova Iorque, Manhattan, Brooklin, sempre fotografando com película, gostava de trabalhar com fotografia para ganhar algum dinheiro enquanto estava na faculdade, a máquina digital pra mim foi uma novidade, nunca consegui me adaptar. 

Comecei a passar dificuldades em Recife depois que me mudei pra cá, várias coisas aconteceram, irmão. Eu fundei essa comunidade da Rua do Imperador, tenho quinze anos aqui na rua. Eu estudei na USP em São Paulo, administração. Trabalhei no Banco do Brasil por 16 anos na carreira administrativa. Em São Paulo é padrão de primeiro mundo, aqui a gente não tem nenhum tipo de apoio estatal, o povo sofre muito. Quem nos ajuda são as igrejas: católicas, evangélicas e espíritas. Eu não preciso, vendo limpador de parabrisa e me garanto. Mas digo uma coisa; não existe apoio estatal para as pessoas. As irmãs (da igreja católica) vêm aqui ajudar, trazem uma sopa e pão. 
 Aqui a gente não tem nenhum tipo de apoio estatal, o povo sofre muito. Quem nos ajuda são as igrejas: católicas, evangélicas e espíritas Gercino Silva
Infelizmente, passamos por mal bocados aqui, tem um pessoal que mora nas favelas que não são legais, eles tomam as coisas que ganhamos; roupas, cobertores, até a comida que as vezes guardamos para comer no outro dia, eles pegam e ficam para eles. Então a gente que mora na rua fica prejudicado, um chinelo, um sapato que ganhamos, fica na mão deles que nos roubam e nos ameaçam, a gente não fala porque somos vulneráveis, a gente mora na rua, do nada alguém pode nos fazer mal, muitas comunidades já deixaram de existir por aqui porque tinham medo.

Minha filha estuda jornalismo na Mackenzie em São Paulo, infelizmente, não tenho um bom exemplo para mostrá-la. Estudei muito na minha vida velho, mas terminei na rua, dificuldades demais, irmão. 

Eu não deveria ter nascido aqui no Brasil, irmão. A violência aqui é demais, ninguém pode ter nada, se você ver no Japão, qualquer coisa que é encontrada é devolvida. A filosofia de lá é uma coisa humana e aqui, desumana. Tenho parentes em vários lugares do mundo. O que eu não sei, sabe o que é? É o que eu estou fazendo aqui, sem ajuda, sem dinheiro e olhando essas pessoas aqui do meu lado, muitas delas nem sequer comeram nada hoje.

Gercino Silva do Nascimento, 50 anos


SOBRE A SIGA A RUA
O submundo que nos rodeia é algo que passa desapercebido por muitos. O intuito desta coluna é mudar essa perspectiva. O universo da rua é algo prolixo e controverso, das belezas arquitetônicas erguidas às histórias pessoais mais diversas, de amor, ódio, desprezo, loucura e desapego.

Tenho conversado com pessoas que retratam narrativamente essa vida sofrida e extraio dessas conversas seus pontos cruciais de externação sobre estas experiências, às vezes tão sórdidas e amargas, que me remetem a uma reflexão interna. É isso que quero trazer; uma contemplação de uma realidade dura e crua que nos fortaleça mediante às adversidades.

Os textos que posto a seguir são verídicos, histórias narradas e gravadas que uso como base para a minha pesquisa. Muitos são abordados por curiosidade e empatia, outros quase que ao acaso. Não escrevo conclusões por achar que o leitor sentirá a necessidade de fazer por si próprio. Agradeço a todos que lerem e se sentirem atraídos pela proposta deste veículo e, se se sentir à vontade, utilize a hashtag #sigaarua nas redes sociais, para que possamos disseminar esse conteúdo e que todos vejam a realidade que nos circunda e continua, até então, invisível.

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