No dia em que o governador Paulo Câmara (PSB) está no alvo de críticas da oposição por causa da violência, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco também divulgou uma nota criticando a condução do Pacto pela Vida. A entidade anunciou que está preparando um novo dossiê sobre a situação da corporação – o primeiro foi apresentado em 2015 – e cobrou melhorias.
“Como combater a criminalidade se a Polícia Civil, responsável por investigar os crimes e prender os criminosos, tem funcionado com um efetivo menor que 30 anos atrás, cerca de 40% do que seria necessário?”, questiona em nota. “O resultado é que menos de 10% dos inquéritos instaurados em Pernambuco são investigados, por falta de pessoal”, afirma.
“Como enfrentar bandidos portando armamentos pesados com nossos coletes à prova de balas vencidos e pistolas que frequentemente apresentam defeitos? Como desempenhar nosso trabalho quando falta gasolina para diligências, as viaturas estando sucateadas, as delegacias funcionando em condições precárias e até mesmo com papeis para impressão dos Boletins de Ocorrência sendo levados pelos próprios Policiais?”, pergunta ainda, denunciando as condições de trabalho dos policiais.
O sindicato cobrou mudanças no Pacto pela Vida e disse ter feito sugestões nos três anos em que Paulo Câmara esteve à frente do Palácio do Campo das Princesas. “Tentamos, inúmeras vezes, estabelecer um diálogo aberto e franco, como forma de aprimorar a segurança pública do estado, repactuar o Pacto Pela Vida. Sempre sem sucesso. Talvez, se tivesse escolhido a conversa no lugar da perseguição política, estivéssemos vivendo outra realidade.”
O presidente da entidade, Áureo Cisneiros, foi alvo de punições da corregedoria-geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) pelas críticas ao governador. O nome dele é indicado por uma ala do PSOL à disputa do cargo de Paulo Câmara em 2018, quando a principal pauta deverá ser a segurança pública, que tem os piores índices desde 2007, quando foi iniciado o Pacto pela Vida.
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