Da Folhapress

Lidiane estava foragida há mais de um mês Foto: Reprodução / Facebook
A defesa de Lidiane conseguiu uma liminar na Justiça para reverter a decisão de transferência imediata à Penitenciária Feminina de Pedrinhas.
O juiz aceitou o argumento da defesa da prefeita de que há risco à sua integridade física caso fosse presa em uma cela comum, segundo informações da Polícia Federal.
Depois de 39 dias foragida, Lidiane se entregou por volta das 12h30 desta segunda-feira (28) na sede da PF em São Luís, acompanhada de três advogados.
Suspeita de desviar recursos da merenda escolar, a prefeita ficou conhecida por postar "selfies" ostentando luxo nas redes sociais e por governar a partir de São Luís pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
A prefeita, que foi afastada do cargo pela Câmara Municipal no início deste mês, estava foragida desde a deflagração da Operação Éden, da Polícia Federal, em 20 de agosto.
Ela é suspeita de desviar recursos que podem chegar a R$ 15 milhões da área da educação da cidade, onde há escolas funcionando debaixo de árvores.
Deve responder pelos crimes de peculato, fraude à licitação e associação criminosa.
PREFEITA POR ACASO - Eleita prefeita aos 22 anos, Lidiane chegou ao cargo por acaso. A dias da eleição de 2012, assumiu a candidatura no lugar do namorado, o pecuarista Beto Rocha, barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Eleita prefeita, nomeou o namorado como seu secretário de Assuntos Políticos. Preso na semana passada pela Polícia Federal, Beto é quem tocava o dia a dia da prefeitura, segundo políticos locais.
Antes, Lidiane vendia leite na porta de casa e ajudava a mãe em uma loja de roupas. Deixou a vida de classe média após conhecer Beto, que tem patrimônio avaliado em quase R$ 14 milhões, segundo a Justiça Eleitoral.
Com novo padrão de vida, passou a ostentar luxo nas redes sociais. Postava fotos em festas, com bebidas caras e afirmava a quem a criticava que comprava "o que quiser" e que seu dinheiro estava "sobrando".
Enquanto tocava a administração da prefeitura, Lidiane passou a enfrentar acusações de corrupção. Foi afastada do cargo três vezes, mas voltou amparada por decisões judiciais provisórias.
Ela responde a ações por cortar salários dos professores, não cumprir o calendário escolar e não regularizar o fornecimento de merenda.