Por Junior Almeida
De tempos em tempos a mídia tupiniquim cria seus heróis. É assim hoje com os heróis criados por Pedro Bial no seu BBB. Foi assim com o candidato Collor, o super caçador de marajás, que só faltava usar capa e espada em sua caçada moral e que depois de eleito era mostrado como um super atleta, um super tudo. Alçaram Joaquim Barbosa ao panteão dos heróis nacionais também, mas agora já fora da mídia, parece não ser tão herói assim, embora que tem gente que ainda lembra.
O super herói da moda é o doutor Sérgio Moro, mesmo não importando que ele seja responsável por tanta recessão, por tanto desemprego ao bloquear contas e bens das empresas investigadas por ele. Tem outro midiático herói brasileiro, só que com menos status que o Super Moro que é o quase super Jair Bolsonaro. Sim, ele mesmo, que defende o povo brasileiro dos malvados gays, lésbicas e simpatizantes. Tem o Capitão América nos Estados Unidos, aqui temos o Capitão Bolsonaro, defensor da ditadura, e das famílias.
Tempos atrás teve um filhinho de papai, que cansado de sua vidinha de rico e resolveu virar bandido. Leonardo Pareja virou notícia com suas ações ousadas. A imprensa glamorizou seus crimes e ele virou herói de muita gente. Teve o fim esperado. Foi morto pela polícia. No enterro dele ainda teve um sem noção que colocou a bandeira do Brasil em cima do seu caixão. Vejam vocês... Um policial acertadamente retirou o pavilhão de cima do bandido e deu uma boa botada no bobo responsável pelo ato.
No momento de tantos heróis, principalmente os que caçam os malvados corruptos do PT, outro está na moda: Newton Ishii. Ou melhor: o "Japonês da Federal", que sempre aparece como super herói nas operações da Polícia Federal.
O "Japa" está tão bem na fita, que já ganhou uma marchinha de carnaval em sua homenagem, um boneco gigante em Olinda e as máscaras com a sua cara devem ser a febre das festas de momo esse ano. Não importa se as brincadeirinhas, ou as musiquinhas incutem na cabeça do povo sem que ele perceba, é lógico, que tem um lado malvado e ladrão, de preferência na cor vermelha, e que outros mesmo sendo tudo isso são os bonzinhos.
O Japonês da Federal, herói de muita gente agora foi afastado por ser suspeito de vender documentos com informações confidenciais das operações. São os famosos vazamentos seletivos, que a nossa mídia faz festa em divulgar.
A versão oficial é de que Ishii está sendo muito assediado pelo povo, que diariamente o incomoda, até na sede da PF em Curitiba, para tirar fotos como ele. Imaginem quantas curtidas na rede social não valem uma selfie com o Japa?
A revista Época, defendendo Ishii, diz que "o "Japa da Federal" tem conquistado fãs enquanto se divide entre os afazeres da carceragem da PF em Curitiba e o transporte de presos, o Japa sempre acabava assediado nos corredores da superintendência".
A revista diz também que "a fama acabou afastando o policial da função da qual ficou conhecido, que a PF trocou Newton de função, pois a popularidade do Japa poderia alertar eventuais alvos das operações e, por isso, ele parou de participar das prisões".
Que meigas as explicações da revista da Globo. Quanta inocência da Época. Melhor mesmo essas explicações, afinal heróis não têm defeitos.