Parece “fake news” (notícia falsa), mas infelizmente não é: a delegacia de São José do Egito, cidade que é polo cultural pernambucano, será despejada por força de ordem judicial. Pois é, em tempos quando a violência só cresce e continua afligindo nosso povo, a partir do dia 17 de dezembro São José do Egito ficará, na prática, sem a presença da Polícia Civil, já que o funcionamento da unidade será transferido para a cidade de Afogados da Ingazeira.
O comunicado bombástico foi feito nesta quarta-feira (5), através de um ofício redigido pelo delegado da circunscrição, Paulo Henrique de Medeiros, e entregue ao Presidente da Câmara Municipal de São José do Egito, Antônio Ferreira.
No documento o delegado não informa a motivação da ordem de despejo, mas o SINPOL apurou que em um primeiro momento o Estado ficou um ano sem pagar o aluguel do imóvel e só saldou a dívida após o locador acionar a justiça. Em seguida o débito até foi pago, mas o Estado voltou a atrasar os pagamentos, o que levou o dono do imóvel a pedir a interrupção da prorrogação automática do contrato, que se encerra no próximo dia 14.
Para o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, a situação é extremamente grave e precisa ser solucionada. “Não há outra palavra senão descaso para classificar o que está acontecendo em São José do Egito. O pior é que os maiores prejudicados serão os próprios Policiais Civis, que trabalharão imersos em ainda mais improviso, e principalmente o povo daquela cidade, que precisará se deslocar em mais de 40 quilômetros caso precise registrar um simples boletim de ocorrência. Além disso, os casos de roubos, furtos e assassinatos ocorridos em São José do Egito precisarão esperar o deslocamento das equipes que estarão em Afogados da Ingazeira, o que causará um prejuízo inestimável às investigações. Sem dúvida esse é um quadro que estimula a criminalidade, por isso pedimos encarecidamente que as autoridades responsáveis tomem uma atitude imediatamente”, requer Áureo.
Por falar em solução, hoje mesmo algumas possibilidades começam a surgir. Uma delas partiu de uma faculdade instalada na cidade. Através de um sócio-diretor, a instituição anunciou que se reunirá com a chefia de Polícia para oferecer um terreno ao lado da faculdade. A proposta é que seja construída uma sede para a Delegacia de Polícia Civil de São José do Egito em regime de comodato. Gostaríamos que a situação nunca tivesse chegado a esse ponto e, que se chegasse, que o próprio Estado tomasse a dianteira para solucionar o problema. Hoje, só podemos cobrar e esperar que o Governo de Pernambuco, aceitando ou não a proposta, resolva essa grave situação.
Áureo Cisneiros
Áureo Cisneiros
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